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“Terreiro é Saúde! Racismo é Crime!”: Ato na Câmara do Rio denuncia exclusão das práticas afro-ancestrais do SUS

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Na próxima sexta-feira, 28 de junho, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro terá o Ato Ebó Contra o Racismo Religioso, uma mobilização urgente em defesa das práticas de saúde afro-ancestrais no Sistema Único de Saúde (SUS). O movimento surge como resposta ao recente retrocesso político que retirou do SUS Carioca atividades terapêuticas oriundas dos terreiros, historicamente reconhecidas por seus efeitos no cuidado integral à saúde.


O ato denuncia o racismo religioso institucionalizado, exposto pela postura do vereador Rogério Amorim (PL), que ironizou e deslegitimou práticas como banhos de ervas, ebós e outras terapias tradicionais do Candomblé e da Umbanda. A fala do parlamentar ignora não apenas o valor cultural e espiritual dessas práticas, mas também a história: em 1914, o então presidente da República Wenceslau Brás recorreu à ialorixá baiana Tia Ciata para tratar uma grave infecção na perna — um episódio simbólico da relevância desses saberes na medicina popular brasileira.


Para agravar ainda mais o cenário, o prefeito Eduardo Paes (PSD) revogou, na mesma semana, o decreto municipal que instituía os serviços de cuidados e tratamentos de matriz africana no SUS. A decisão contradiz o próprio histórico do prefeito, autor da medida anteriormente, e representa um ataque direto à pluralidade do sistema de saúde pública.


O Ato Ebó vai além do protesto: propõe um novo paradigma de saúde pública, onde o diálogo entre medicina convencional e saberes ancestrais seja não apenas possível, mas valorizado. A mobilização é organizada por um coletivo de lideranças religiosas, ativistas e usuários do SUS, que defendem a incorporação de tratamentos como ebós, banhos de pipoca e uso de ervas medicinais nas práticas terapêuticas oferecidas à população.


O ato está marcado para o dia 28 de junho, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, com o lema que ecoa nas ruas e nos terreiros: “Terreiro é Saúde! Racismo é Crime!”.

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