Na última quarta-feira (13), a Câmara Municipal de Salvador sediou uma audiência pública essencial para debater o orçamento dedicado ao combate à fome no município. Convocado pela Escola do Legislativo de Salvador, o encontro reuniu lideranças políticas, especialistas e representantes da sociedade civil, incluindo Elayne Souza, Secretária Financeira do Centro Palmares. A audiência teve o objetivo de alinhar estratégias que garantam a segurança alimentar para milhares de soteropolitanos que enfrentam a fome diariamente.
Elayne destacou a importância de desenvolver um orçamento mais inclusivo e sustentável, articulado com a prefeitura, órgãos municipais e estaduais. Elayne reforçou que "não basta que o município mantenha ações assistencialistas, como a distribuição de quentinhas e as cozinhas humanitárias em diversos pontos de Salvador. É preciso pensar em soluções mais duradouras, que incluam formação profissional e acesso ao mercado de trabalho para que essas pessoas possam ter uma vida digna e independente."
Ela ressaltou a urgência de se incluir a fome como pauta prioritária do orçamento municipal, considerando o mapeamento que aponta Salvador como o local mais afetado pela fome no estado da Bahia. Além disso, ela trouxe à discussão a necessidade de buscar recursos através da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), de modo a fortalecer o fundo de combate à fome.
Durante sua fala, Elayne ainda abordou a problemática da falta de políticas de incentivo à agricultura familiar na capital, destacando que muitos municípios do interior conseguem minimizar o problema da fome através da produção agrícola local. “Salvador, ao contrário, consome uma quantidade elevada de alimentos contaminados por agrotóxicos. Esse consumo desenfreado de veneno está associado a um aumento de doenças e consequências graves para a saúde pública. Inclusive, sugeri a realização de um estudo com o apoio da UF e da Escola Federal para investigar essa relação e seus possíveis impactos em doenças como o autismo, cujo crescimento é alarmante.”
A audiência reforçou que combater a fome vai além de suprir necessidades básicas; é necessário repensar estratégias de longo prazo que possam envolver setores diversos da sociedade e do governo. A presença da sociedade civil foi essencial, e os participantes puderam propor sugestões e expor suas preocupações.
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