Mais de 300 famílias que vivem na região da Vila Verde, na Favela da Rocinha, correm o risco de serem despejadas por uma ação judicial movida pelo Ministério Público, que pede à Prefeitura do Rio de Janeiro a remoção dos moradores do local. Diante dessa situação, a União Pró-Melhoramento dos Moradores da Rocinha - UPMMR e a Federação das Associações de Favelas do Rio de Janeiro - FAFERJ, manifestaram seu repúdio ao tratamento discriminatório e ilegal oferecido pelo poder público e a cobertura tendenciosamente preconceituosa na imprensa.
A UPMMR, instituição que luta pelos direitos dos moradores da Rocinha, diz que jamais foi chamada ao diálogo sobre a situação por órgãos do poder público e nem sequer notificada a respeito. Sendo necessário que as autoridades escutem e busquem uma solução que garanta a dignidade da população da comunidade.
Em nota, as associações também criticam a forma como matéria veiculada no jornal RJTV, da TV Globo, tratou do assunto da habitação de moradores da Rocinha, a Associação de Moradores da própria comunidade sequer foi chamada a se pronunciar sobre o assunto. As declarações dadas pelos representantes da Associação de Moradores de São Conrado (AMASCO) na matéria foram consideradas desrespeitosas e racistas. A instituição acusa os moradores da Vila Verde de violarem as regras ambientais e ocuparem áreas de risco, mas as mansões de moradores de São Conrado, localizadas nas redondezas da Rocinha, não são mencionadas e jamais tiveram de enfrentar esse tipo de acusação.
"Na mesma matéria, a Prefeitura alega que pediu ao Governo do Estado uma operação da Polícia Militar para executar a remoção das famílias. É necessário alertar, no entanto, que o processo ainda está em andamento e há recurso ainda não julgado, o que torna ilegal qualquer ação de remoção violenta dos moradores."
Trecho da Nota Oficial da FAFERJ
A UPMMR e a FAFERJ colocam-se de prontidão junto às autoridades competentes para o diálogo, esperando que o poder público trate os moradores da Rocinha e de todas as favelas fluminenses com o devido respeito e dignidade, buscando soluções pacíficas para a situação, que garantam assim os direitos e a dignidade da população da comunidade.
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