Iniciativa debate questões ambientais e ideias relacionadas a luta pelos direitos das mulheres na sociedade
Por Rafaela Silva Ferreira
Criada em parceria com o programa "Meninas à Frente", a campanha "Coleta de Lixo Tecnológico" trabalha especialmente com meninas - o que podemos chamar de ecofeminismo - as questões de sustentabilidade e o engajamento com causas socioambientais, tais como o descarte e o reaproveitamento do lixo eletrônico, e-lixo ou e-waste.
Kely Tafarelo, psicopedagoga do Centro Palmares e Presidente do grupo GEMTES, é a coordenadora geral do projeto em Jundiaí. Ela explica o que é a campanha. "Trabalhamos com a coleta do e-lixo. Estes elementos, por conterem metais pesados, podem ser altamente tóxicos na composição. Estes resíduos eletrônicos causam impactos ao meio ambiente, que podem infiltrar e contaminar as águas subterrâneas. Ainda temos os metais pesados, que passam a fazer parte da cadeia alimentar, acumulando-se nos seres vivos." Com o projeto ainda no início, Kely e as meninas estão na fase de captação do lixo eletrônico e de novos patrocinadores.
"A parceria já foi formada entre uma escola estadual do Vila Aparecida, que atende em sua maioria meninas carentes da comunidade do São Camilo, e entre uma escola particular da cidade, que fará a arrecadação dos equipamentos com seus alunos. Está previsto para iniciarmos em agosto, após a volta das férias escolares."
O objetivo da campanha é ministrar aulas técnicas e pedagógicas no espaço oferecido pela escola estadual uma vez por semana. O intuito é treinar as meninas para a montagem dos seus próprios computadores, com apoio de parceiros na doação das peças necessárias ou com a colaboração de patrocinadores para custear as peças mais atuais.
O lixo tecnológico recolhido pelos parceiros institucionais e destinado ao projeto será higienizado, desmontado e avaliado conforme sua funcionalidade. A partir daí os computadores serão remontados e avaliados quanto à funcionalidade e capacidade operacional. Após essas avaliações, os computadores serão desmontados e dispostos em kits educacionais. Os kits serão destinados à escola, onde ocorrerão as aulas técnicas e o acompanhamento psicopedagógico. "Ressalta-se que os computadores montados pelas meninas serão doados para as mesmas, incentivando o exercício do conhecimento das ciências exatas e potencializando seus esforços para maiores conquistas pessoais", diz Kely.
A coordenadora conta que ela e mais três pessoas formam uma equipe técnica que está à frente da ideologia. "Sou eu, o João Vitor, técnico em informática, o Mário Nunes, nosso engenheiro e mestre em gestão de recursos naturais e o Pedro Barriviera, engenheiro da computação."
MENINAS À FRENTE
Com as mudanças na educação, o projeto "Meninas à Frente" apresenta a proposta de capacitar meninas através de exercícios técnicos pedagógicos, com atividades práticas e ações específicas voltadas à montagem do primeiro computador, assim como desenvolver habilidades na área psicossocial tão necessária ao mercado de trabalho. "Aqui, nossa missão é estimulá-las para o ensino das Ciências Exatas, tão divulgada para os meninos, que são a maioria em cursos nesta área. Outro ponto é a ampliação do olhar para a sustentabilidade ambiental e do incentivo à prática de ações socioeducativas, como a coleta seletiva de lixo tecnológico", explica a coordenadora.
As meninas que inspiraram o nome do projeto são aquelas que possuem poucas oportunidades, mas que conseguiram chegar aos cursos de exatas.
COMO DOAR
Através do disk-coleta: (11) 91859-2448. É recomendado o agendamento de um dia, assim, a equipe da campanha irá retirar. Há um ponto de coleta no colégio Divino Salvador também.
Todo e qualquer equipamento de computador, como cabos, fontes, teclados, monitores, gabinetes, etc, são bem vindos como doação.
Publicado Originalmente no Jornal de Jundiaí: https://sampi.net.br/jundiai/noticias/2765663/jundiai/2023/06/projeto-une-tecnologia-e-ecofeminismo
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