Em Brasília, RIBIR se Reúne com Grupos de Transição do Governo Federal, Fortalecendo a Defesa do Patrimônio Imaterial
- Centro Palmares
- 1 de dez. de 2022
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Atualizado: 4 de ago.

Foto: Leonardo Saraiva
Representantes da rede integraram discussões estratégicas durante a transição governamental, destacando a importância da preservação cultural e da equidade racial
Brasília, 01/12/2022 – Em um dia marcado por debates fundamentais para as políticas públicas do próximo governo, a Rede Integrada dos Bens Imateriais Registrados (RIBIR) participou ativamente das reuniões dos Grupos Técnicos (GTs) de Cultura e Igualdade Racial, realizadas no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede oficial da equipe de transição do governo federal. Representada por Danilo Moura, Walter Cedro e Issac Loureiro, a RIBIR contribuiu com propostas voltadas à valorização do patrimônio cultural imaterial e à promoção da igualdade racial, temas centrais para o desenvolvimento social do país.
GT de Cultura: Políticas para a Diversidade e Memória Nacional
Pela manhã, o GT de Cultura, que conta com a participação de nomes como Úrsula Vidal e Tião Soares, reuniu especialistas e representantes da sociedade civil para discutir estratégias de fortalecimento do setor. A RIBIR, como rede dedicada à preservação dos bens culturais imateriais, destacou a necessidade de políticas públicas que garantam a proteção de saberes tradicionais, incluindo os detentores e detentoras, festividades, expressões orais e outras manifestações culturais reconhecidas como patrimônio nacional.
Danilo Moura, Coordenador do Conselho Político Estratégico do Centro Palmares e um dos representantes da RIBIR, enfatizou que:
"O patrimônio imaterial é a alma do povo brasileiro, faz parte da sua identidade, e salvaguarda-lo deve ser tratado com prioridade, envolvendo as comunidades detentoras desses saberes tradicionais".
Entre as propostas discutidas, estiveram a ampliação de editais públicos para mestres e griôs, a digitalização de acervos culturais e a integração de políticas culturais com educação e turismo, além da necessidade de encontros com detentores e detendoras para o fomento de políticas públicas de salvaguarda.
Fotos: Leonardo Saraiva
GT de Igualdade Racial: Enfrentamento ao Racismo e Inclusão Social
À tarde, o GT de Igualdade Racial, que teve a presença de Yuri Silva, discutiu medidas para combater o racismo estrutural e promover a equidade. A RIBIR levou para a pauta a intersecção entre cultura e identidade racial, destacando como muitas manifestações culturais imateriais estão diretamente ligadas à história e à resistência dos povos negros e indígenas no Brasil, além de serem realizadas em sua maioria por pessoas negras.
A rede, defendeu a criação de programas que associem preservação cultural e geração de renda, como o fomento ao turismo de base comunitária em territórios quilombolas e a valorização de mestres de culturas afro-brasileiras.
Fotos: Leonardo Saraiva
Os GTs e a Inovação na Transição Governamental
Os 32 Grupos Técnicos (GTs) criados pelo Gabinete de Transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin representam uma inovação ao colocar a participação social no centro do processo. Com a missão de elaborar diagnósticos e propor políticas públicas, os GTs reúnem especialistas, movimentos sociais e parlamentares, priorizando a diversidade regional, de gênero e de raça.
Além de Cultura e Igualdade Racial, temas como Economia, Desenvolvimento Social, Indústria, Mulheres, Direitos Humanos e Comunicação foram debatidos no CCBB, local que se tornou um símbolo da transição democrática.
RIBIR: Uma Rede em Defesa do Patrimônio Vivo
A Rede Integrada dos Bens Imateriais Registrados (RIBIR) é uma articulação nacional que reúne pesquisadores, comunidades tradicionais e instituições dedicadas à salvaguarda do patrimônio cultural imaterial do Brasil. Desde sua criação, a rede tem atuado para mapear, documentar e promover bens registrados pelo IPHAN, como o Ofício das Baianas de Acarajé, o Frevo, o Círio de Nazaré e o Carimbó.
Além disso, a RIBIR trabalha para fortalecer a participação social nas políticas culturais, garantindo que os detentores desses saberes tenham voz ativa nas decisões governamentais.
"Não basta apenas reconhecer um bem como patrimônio; é preciso criar mecanismos de sustentabilidade e transmissão geracional desses conhecimentos", ressaltou Danilo Moura.
Próximos Passos e Expectativas
Com as contribuições coletadas nos GTs, a expectativa é que o novo governo adote medidas concretas para fortalecer a cultura, combater desigualdades e garantir direitos historicamente negligenciados. A RIBIR seguirá acompanhando o processo, defendendo que as políticas públicas para o patrimônio imaterial sejam implementadas em diálogo permanente com as comunidades.
"Este é um momento crucial para consolidar uma gestão cultural inclusiva e antirracista", concluiu Danilo Moura. A RIBIR está comprometida em garantir que os saberes tradicionais não apenas sobrevivam, mas prosperem como pilares da identidade brasileira."
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